sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Sangue na TV na hora do almoço.

O que você acha de cenas de violência extrema na televisão? Exibidas na hora do almoço? E se seu filho, antes de ir ao colégio estivesse assistindo? Tudo isso se vê na televisão, cuidado: você pode está na mira.

Tornou-se normal ligarmos a TV ao meio dia e nos depararmos com cenas deploráveis. Pessoas sendo expostas em situações desumanas: corpos perfurados, membros mutilados,  pessoas pegando fogo… cidadãos acusados sendo condenados sem o devido julgamento, e varias outras atrocidades aos direitos humanos é o que assistimos todos os dias. Isso é a verdadeira TV brasileira?

Programas cearenses desse tipo temos vários, tem emissora divulgando que faz jornalismo de verdade, imparcial, e com credibilidade e o pior com esse formato, temos ainda que aturar os apresentadores oferecendo dinheiro pro telespectadores que assistem.


Em uma sociedade onde o crime é uma constante, é mais justificável, ou menos absurdo, o interesse dos indivíduos em assistir tais programas; contudo, isso não torna legítima a exibição destes, ainda mais neste determinado horário.

Deve-se dosar a realidade com prudência. A alegação de ilustrar a “vida real” não é argumento suficiente para infringir princípios constitucionais - inúmeros os violados, tudo em prol econômico deles próprios. Por mais maquiagem de função social que se dê, a verdade é que se vende a imagem e o sofrimento das pessoas, violam-se seus direitos e nada é feito. Cobre-se tais programas com certa aura beneficente e quem enxerga além dela  e aponta suas incoerências passa por burguês elitista, “almofadinha”, para manter certo nível no linguajar.As conseqüências são visíveis: ao se mostrar a violência, ela tende a aumentar, e o que antes era espectador passa a ser protagonista. A TV perde sua pretensa função educativa  e “o sistema fica ainda mais bruto”.

Alguns programas escapam, pois estão adotando um novo formato, mais informativo com um línguagem formal e não apelativa além de conteúdo jornalístico mais adequado pro horário. Exemplo, o Barra Pesada, que conquista a vice-liderança passando o principal concorrente cidade 190.


Direito à privacidade, direito à honra, a um julgamento justo, etc. Tudo isso não existe para quem “cai nas garras” dos repórteres de determinados programas. Já pensou o quanto deve ser difícil para alguém que aparece apontado como ladrão na TV conseguir um emprego, mesmo depois de inocentado em juízo? A dignidade, tanto de espectadores quanto de “participantes” do programa é ignorada. Esses programas acabam se tornando promotor, júri e juiz de suas vítimas passivas.




O horário inapropriado, as imagens marcantes e a conduta acusativa dos repórteres os tornam uma afronta aos direitos básicos dos cidadãos.E o povo assiste ao circo de horrores enquanto come o pão de cada dia.

Texto: Pense Direito.

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